domingo, 30 de março de 2008

Mérito a quem merece! VW Santana / Quantum

Hoje venho prestar uma singela homenagem ao carro que já foi o sonho de consumo do brasileiro e principalmente do taxista, o VW Santana, precocemente aposentado no Brasil em 2006, um carro confiável, confortável, e principalmente de manutenção simples e barata, sinônimo de status no meio da década de 80 quando de seu lançamento, Agora vamos com um pouco de história sobre esse carro maravilhoso: do site BEST CARS
A base do Santana começou a nascer em 1962, quando a VW adquiriu a Audi
, Dez anos depois era lançado um novo Audi 80, com a plataforma B1, a primeira a ser utilizada em conjunto pelas marcas. Com base nesse modelo é que a VW extrairia o Passat de primeira geração, apresentado em 1973 na Europa e no ano seguinte no Brasil, seguido lá pela perua Variant. O segundo Audi 80 (plataforma B2) chegava em 1979 e daria origem, em novembro do ano seguinte, ao novo Passat, fruto do projeto Korsar. O carro, com versões hatchback (as antigas fastbacks não mais existiam) de três e cinco portas, havia crescido em várias dimensões, mantendo as características mecânicas básicas. Os motores eram 1,3 (55 cv), 1,6 (75 cv, depois com opção de 85 cv), 1,9 de cinco cilindros (115 cv) a gasolina e 1,6 diesel (54 cv), aos quais se somaria o 1,8 de 90 cv em janeiro de 1983. No final deste ano chegaria um 2,0-litros de quatro cilindros a injeção, com a mesma potência do de cinco a carburador.

A perua Variant era lançada em fevereiro de 1981 e o três-volumes Santana -- ambos de quatro portas -- apenas em novembro. Seu nome vinha de um vento forte, quente e seco que sopra nas montanhas de Santa Ana, no sudoeste da Califórnia, proveniente do litoral. Nomes de ventos já haviam batizado o Scirocco, o próprio Passat e, anos mais tarde, nomeariam o Bora.
Passat e Santana eram iguais até o meio: capô baixo e longo, pára-brisa bastante amplo e inclinado e faróis retangulares, com unidades para neblina junto à grade em algumas versões. Atrás estava a diferença, com o Santana adotando uma traseira alta e elegante, lanternas longas e de perfil baixo em posição elevada, a ponto de os logotipos do modelo e da VW virem abaixo delas. Com grande semelhança a seu "irmão nobre" 80 e ao antigo Audi 100, que seria substituído em 1983, o novo VW era um sedã de quatro portas bonito e contemporâneo, com coeficiente aerodinâmico (Cx) razoável, 0,40, e ampla área envidraçada.

A base mecânica era a mesma do Passat anterior: motor longitudinal, tração dianteira, suspensão McPherson à frente com raio negativo de rolagem e eixo de torção atrás -- agora sem a barra Panhard daquele modelo e incorporando buchas silenciosas "inteligentes", cuja deformação era calculada de maneira a, nas curvas, não ocorrer divergência da roda externa, a de apoio.
As medidas básicas -- 4,54 metros de comprimento, 1,69 de largura, 2,55 de entreeixos -- superavam por boa margem os 4,29, 1,60 e 2,47 metros do primeiro Passat, tornando-o apto a disputar o segmento do Opel Ascona (Chevrolet Monza no Brasil), do próprio Audi 80 e do BMW Série 3 de primeira geração, lançado em 1975.

Em janeiro de 1985 a linha recebia pára-choques envolvendo as saias e o três-volumes perdia o nome: agora era apenas Passat sedã, numa tentativa de apoiar-se no sucesso do hatchback. De fato o Santana não vendia bem: apenas 18.200 unidades em 1983, ano em que os Audis 80, 100 e 200 haviam somado 328.644 exemplares. A versão GT vinha agora com um cinco-cilindros de 2,2 litros e 135 cv, para mais de 200 km/h.

O Santana chegou ao Brasil em abril de 1984 para inaugurar um novo mercado para a Volkswagen. Até então, seu topo de linha era o médio Passat, que mesmo na versão LSE de quatro portas deixava a desejar no confronto com o Del Rey, o Monza e o Diplomata. O projeto da versão brasileira, denominado BEA 112 e iniciado em 1977, custou 50 milhões de dólares e incluía a inédita opção de duas portas, para atender à incompreensível preferência nacional da época -- um sedã grande e luxuoso de duas portas, só no Brasil mesmo...

Outras diferenças eram o tanque ampliado de 60 para 75 litros em função da menor autonomia do álcool ( predominante na época), a taxa de compressão do motor (mais alta com álcool, mais baixa com gasolina) e os faróis sempre na posição tradicional, sem unidades auxiliares junto à grade. Ainda, a versão de topo recebia aqui uma nada estética moldura estriada sob as lanternas traseiras, que nunca deveria estar lá, e o revestimento do teto não era pré-moldado.

Outra diferença o mercado não chegou a perceber. Já havia cerca de 300 carros produzidos quando a empresa decidiu abaixar a suspensão traseira, que não caiu no gosto dos brasileiros da VW. Foi então modificada a altura do prato de mola nos amortecedores traseiros, fazendo o carro "sentar". Além do visual mais adequado a nosso mercado, escondia-se um pouco o silenciador traseiro bem visível e muito criticado na época -- só que ninguém reclamava disso nos Mercedes-Benz...

Eram três versões de acabamento, em ordem ascendente: CS (Comfort Silver), CG (Comfort Golden) e CD (Comfort Diamond). Esta vinha com rodas de alumínio, lavadores de farol -- item de segurança quase extinto nos nacionais hoje -- e luz traseira de neblina no lado esquerdo. Oferecia ainda as opções de direção assistida, transmissão automática (de três marchas apenas e sem controle eletrônico, que o Del Rey já possuía), ar-condicionado e rádio/toca-fitas digital Bosch Rio de Janeiro, que logo seria muito visado pelos ladrões por não apresentar proteção contra furto.

A perua Quantum também marcou história, contando com o mesmo espaço interno do sedan e com um generoso porta-malas ela conquistou um lugar em os wagons da época e ficando assim até a sua aposentadoria em 2003. Mesmo depois de parada sua produção o VW Santana tem uma legião enorme de fãs e admiradores (Eis que eu também possuo uma quantum 99). Enfim hoje rolam rumores de que a VW voltaria a fabricar o Santana, mas por enquanto são só rumores, mas ele continua na china com o nome de Santana 3000, vem ganhando novas estilizações e mudanças de acabamento, ficando muito bonito conforme a foto abaixo você vê que os traços brasileiros continuam. Por enquanto é só abraços a todos!



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